2014 _ Pavilhão do Brasil na Expo Milão 2015

Autores do projeto: Arq. Fernando Maculan, Arq. Mariza Machado Coelho, Arq. Bruno Campos, Arq. Marcelo Fontes, Arq. Sílvio Todeschi.

Equipe de desenvolvimento: Arq. Patrícia Bueno, Arq. Daila Araujo, Est. Mateus Lira, Est. Ricardo Lobato, Est. Vanessa Couto.

Perspectivas: André Resende.

Curadoria: Evaristo Eduardo de Miranda (agrônomo, doutor em ecologia, pesquisador da Embrapa)

Expografia: Arq. Fernando Maculan, Arq. Carlos M.Teixeira, Arq. Sílvio Todeschi, Arq. Luiz Márcio Haddad Pereira, Arq. Mariza Machado Coelho

Paisagismo: Arq. Carlos M. Teixeira

Artes Visuais: Nydia Negromonte

Biologia: Luiz Glück Lima, Dalmy Ramos

Design Gráfico: Guilherme Albuquerque, Gustavo Magno Diniz, Marcela Dantés, Renata Polastri

Gastronomia: Eduardo Maya

Equipe de projetos na Itália: Geom. Giuliano Cimolino (gerente de projetos/ gerência de obras), Eng. Andrea Rampazzo (controle de projeto / desenvolvimento de projetos), Dott. Leandro Maragno (desenvolvimento de projeto / gerência de qualidade, segurança e ambiente), Rag. Sergio Capone (gerente administrativo / contabilidade), Geom. Marco Bergamasco (gerente de compras / departamento de compras), Eng. Giulio De Polli (diretor técnico / departamento de obras), Geom. Giovanni Da Dalt (gerente de obras), Eng. Mika Tornstrom (gerente de projeto / exposição e museografia), Arq. Sara Frea (líder de projeto / exposição e museografia), Geom. Renzo Borgonovo (gerente de projeto / produção de exposição), Geom. Lorenzo Ferrari (líder de projeto / produção de exposição), Arq. Maurizio Lamparelli (diretor de marketing e vendas / comunicação e marketing), Arq. Sn. Eduardo Mijic (arquitetura e design), Arq. Jr. Andrea Grillo (arquitetura e design), Eng. Andrea Mazzuia (coordenador de produção / sistemas de energia renovável), Eng. Eng. Filippo Bittante (Controle de projeto / sistemas de energia renovável), Eng. Alberto Muffato (gerente de projeto / tecnologia da construção), Eng. Luigi Muffato (gerente de projeto / tecnologia da construção)

“Se houvesse paraíso na terra eu diria que agora o havia no Brasil” (…) quanto ao de dentro e de fora, não pode viver senão no Brasil quem quiser viver no paraíso terreal. E quem não quiser crer venha-o experimentar”.1

 

Antes e além de apresentar o Brasil como potência agrícola e ambiental, nossa proposta faz reverência à qualidade sagrada atribuída a essas terras e ao que delas advém, percepção já formada no imaginário europeu, por influência dos mitos edênicos medievais, centenas de anos antes da chegada dos navegadores portugueses.

 

Terra e água assumem juntos o protagonismo no projeto. Os elementos são trabalhados como um recorte da natureza, para criar o lugar onde podem ser exploradas novas sensações e percepções do Brasil, deslocado de seu território original. A visita assume caráter ritualístico, induzido pela matéria, pela escala e proporções vertiginosas, pelas transições de luz desde as entranhas do torrão de terra, onde são apresentados temas relacionados à produção de alimentos e à preservação ambiental, até a topografia artificial no topo do pavilhão.

 

No terraço a “chuva” cai duas vezes ao dia sobre as  espécies do cerrado em sua profusão de texturas, cores, perfumes e sabores. Essa alusão à Visão do Paraíso, expoem o valor da biodiversidade nativa brasileira, um potencial sem fronteiras para o futuro da alimentação mundial: o verdadeiro jardim das delícias.

 

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1. Página antológica do cronista colonial Rui Pereira, contida em uma carta que em 1560 endereçou aos padres e irmãos de Portugal. Trecho extraído do prefácio à segunda edição de Visão do Paraíso, de Sérgio Buarque de Holanda.

Fluxo de visitantes

O desenho proposto permite percursos multidirecionais, com acessos possíveis pelas quatro laterais do pavilhão, garantindo a permeabilidade em relação às circulações do entorno, conforme sugerido pelos documentos da EXPO.

Na situação ideal, os visitantes devem percorrer inicialmente os ambientes que compõem o pavimento térreo e em seguida tomar a rampa, no pátio central, para acesso ao terraço-jardim. Ao final, o visitante acessa o pavimento reservado aos restaurantes e loja. Os setores administrativo e técnico estão em um pavimento intermediário, com acesso restrito.

 

Expografia

O tema do pavilhão brasileiro “Alimentando o mundo com soluções” é apresentado em 11 salas no nível térreo, integrando aspectos tecnológicos, biológicos, culturais e sociais. Em cada sala é abordado um assunto definido pela curadoria, com solução expográfica dividida em duas partes. Na primeira, uma sequência de telas de 50” sem moldura,  dispostas horizontalmente, permite que se aprofunde o conteúdo, através de textos, mapas, gráficos, fotografias e vídeos. Em paralelo, uma instalação apresenta uma síntese da matéria em questão.

A água faz parte da arquitetura do pavilhão. O plano estrutural que compõe a pérgola-nuvem assume uma tripla função no projeto: sombreamento, captação solar e irrigação. A água irrigada de maneira intermitente e setorial (conforme demanda dos grupos de plantas), assim como a água de chuva, será filtrada e retornada, em sistema fechado e cíclico.